Declaração de amor à vida
– Declaro, para os devidos fins, que todos, indistintamente, têm direito a uma vida saudável, fraterna e de paz.
– Declaro não ser possível admitir a violação, os maus tratos e a falta de cuidados que ameacem a vida de recém-nascidos e crianças, pelo simples fato de serem indefesas. Criança é para viver, sorrir, brincar.
– Declaro não ser possível admitir que adolescentes, em sua ingênua confiança, por cruel necessidade ou pelo estímulo ao consumismo perverso, sejam expostas (os) à violência, à prostituição, às doenças da promiscuidade e submetidas (os) como objeto de prazer e enriquecimento de inescrupulosos e poderosos. Adolescente é para amar, sonhar, divertir-se, aprender, crescer e agitar bandeiras libertárias.
– Declaro que é inaceitável serem as mulheres, por um motivo qualquer, discriminadas, maltratadas, vilipendiadas, agredidas, violentadas, assassinadas pelo simples fato de serem mulheres. Mulher é para afirmar-se como cidadã, em todos os momentos de sua vida e ser amiga do homem e da mulher, ao criar, partilhar afetividade, produzir e construir pontes de harmonia.
– Declaro ser insuportável admitir que centenas de homens, na juventude e idade mais produtiva, sejam assassinados, vítimas de traficantes de drogas e de armas, sejam acidentados, mutilados, incapacitados e mortos por guiadores imprudentes, inaptos, alcoolizados e impunes. O homem, jovem e adulto, é para ser amigo do homem e da mulher na busca da felicidade, na construção de um mundo novo, de igualdade, justiça e paz.
– Declaro, para os devidos fins, que a velhice não pode ser violada pelo abandono, descuido e solidão. Os idosos precisam de carinho, lazer, respeito, cuidados e oportunidades de manter-se úteis, dignos e de brincar com os netos.
– Declaro não ser suportável aceitar que, por preconceito e intolerância, os mais vulneráveis, pobres, pretos, indígenas, sem posses, testemunhas de crimes e abusos ou que tenham orientação religiosa e sexual diferenciada, sejam submetidos a humilhações, torturas, injustiças e tratados como párias, pelo simples fato de serem quem são.
– Declaro, que todos, indistintamente, têm direito a um teto, a um trabalho digno, a um salário justo e a constituir uma família.
– Declaro, enfim, que todos têm direito à vida, saúde, educação, cultura, justiça, liberdade, paz e de viver num espaço-território saudável e fraterno.
Manoel Dias da Fonsêca Neto
Médico, Especialista em Epidemiologia e Saúde Pública e mestre em Gerenciamento de Sistemas Locais de Saúde pelo Istituto Superiore di Sanitá – Roma-Itália. Membro fundador da Escola de Saúde Pública do Ceará. Foi Secretário da Saúde de Fortaleza e de Beberibe. Publicou Desafios para a Saúde Pública do Ceará, Iracema Nosso Amor, Tempo de Nascer: O Cuidado Humano no Parto e Nascimento, Benditas & Guerreiras, Lendas e Encantos, Baú dos Avós, Fortaleza Cidade Saudável e Fraterna, Madalena e o Sagrado Feminino, Meu Povo Ancestral, Escravidão e Lutas de Libertação e Sendas Poéticas. Membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – SOBRAMES-CE, associado ao Movimiento Poetas del Mundo, titular da Academia Quixadaense de Letras (AQL), da Academia Cearense de Médicos Escritores – ACEMES, da Associação Cearense de Saúde Pública – ACESP e da Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia – ABMMD.
Respostas de 2
Declaração de amor à vida é uma poesia atemporal e belíssima, cada estrofe deveria ser seguida por todos nós. Parabéns Manoel Fonseca
Excelente. Que todos tenham direito a uma vida digna.