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Luciene Freitas

Luciene

Sintonia

 

Sou, desde sempre, preocupada com “o outro”, não poderia jamais ser feliz ignorando um semelhante que padece. Dentro de mim um desconforto dilacerante acontece, solidário a dor do próximo.

Trago comigo modelos de filosofias que condizem com meu modo de ver as coisas. Desenvolvidos quando não sabia sequer o que era Filosofia. Da África a beleza do Ubuntu, “capacidade humana de compreender, aceitar e tratar bem o outro.” O mesmo princípio pregado por Jesus Cristo, “amai-vos uns aos outros”.

Há mundialmente pequenos grupos humanos incansáveis no que diz respeito a solidariedade, se apiedam dos semelhantes e de todas as outras formas vivas do planeta. Entendem que somos passageiros da mesma nave. Mas outra grande parte despreza os princípios humanistas.

Se faço uma retrospectiva da História Geral não encontro, em nenhuma época, um tempo de irmandade entre os povos. E descubro que aqueles que tentaram aliviar a desigualdade não receberam o devido apoio.

A necessidade humana é vasta, em todos os planos o homem sente fome e sede de alguma coisa. A fome pela falta de alimentos é de uma crueza infame, no entanto poderia ser aliviada se não fossem os fatores burocráticos que impedem as doações de toneladas de alimentos desperdiçadas todos os dias, nos países ricos. “Quando todos se ajudam, todos prosperam.”

O despertar das consciências para a fraternidade é simples, quando se tem boa vontade. “O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde você vai, não há atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria,” Eclesiastes 9:10.

Sempre sonhei com um mundo onde as criaturas vivessem em harmonia. “Uma sociedade ideal, fundamentada em leis justas e em instituições político-econômicas verdadeiramente comprometidas com o bem-estar da coletividade.” Será isso utopia?

Tenho fome de paz.

 

Vitória de Santo Antão, 03-08-2023

 


Luciene Freitas

Escritora brasileira, tem formação em Letras, com Pós-graduação em Língua Portuguesa, faz parte de um expressivo número de associações literárias. É Presidente fundadora da ALB em Pernambuco. Entre a poesia e a prosa recria a realidade segundo suas convicções, ideais ou vivências. Nesta, aborda o conto, a crônica, as parábolas, o romance, os aforismos ou a pesquisa. Com 19 livros publicados, trabalhos espalhados em jornais e revistas do Brasil, Portugal, Argentina e Itália, está, também, presente num bom número de antologias, livros, revistas, jornais, blogs, sites.

10 respostas

  1. Querida amiga,escritora Luciene! Seu maior adjetivo a meu ver,é ser perspicaz.Você tem agudeza de espírito.E assim sendo,com facilidade você ama o próximo,segundo a vontade do Pai.

  2. Luciene, sempre a vi dando exemplo de empatia e compaixão. Essas são qualidades tão fortes na sua personalidade. Quantas vidas foram marcadas com momentos de alegria, pois você sempre buscou fazer a diferença, nem que seja por um dia (seus eternos alunos são exemplo disso).Sem contar com a mudança de vida, uma nova realidade para os seus vários filhos de quatro patas. A paz ainda é uma utopia, mas vc faz a sua parte. Que orgulho tenho de ter você em minha vida.

  3. Boa tarde Luciene. E amigos da Cultura Nordestina.
    Sair de si mesmo, é encontrar na alteridade o sentido da arte escrita na solidão de nossos passos, nas estradas errantes das letras, no silêncio do abraço, meu outro de mim, tu és a luz da minha vida!
    Erich Figueiredo.

  4. Minha amiga, como sou encantada com tuas palavras, teus exemplos, tua sensibilidade ao perceber o especial em meio ao simples. Sou imensamente feliz por tê-la em minha vida. Sou especial por fazer parte de pequenos momentos desta linda história.

  5. Luciene possui uma escrita elegante e consciente. Seu texto está em sintonia com a nossa realidade, pois, a cegueira da humanidade não permite enxergar o outro como irmão. Enquanto isso não acontecer, jamais mataremos a nossa fome de paz. Parabéns pelo texto, Luciene!

  6. Luciene seu texto é extremamente humano muito sensível empático a dor do próximo..

  7. Belíssima e pertinente reflexão, que nos provoca e nos desafia a sermos melhores a cada dia, a buscarmos o caminho do altruísmo em tempos de tanto desprezo pelo próximo.
    Tenho mudado minha filosofia de ajuda ao próximo há algum tempo. Antes receava ajudar temendo ser lesado. Hoje ajudo independentemente do que será feito com o que disponibilizo, se haverá ou não má fé por parte de quem recebe. O que vale pra mim é a minha boa intenção. Se o outro não fizer jus, não serei eu o errado na história. É a máxima do fazer o bem não importando a quem.
    Um carinhoso abraço, minha tia querida, e obrigado pelo momento de reflexão.

  8. Luciene, sua reflexão e sensibilidade para com a humanidade são inspiradoras. Você expressa uma notável preocupação e desejo por um mundo mais solidário e harmonioso, o que é louvável. Nesse texto você demonstrou o compromisso em enxergar o valor de cada ser humano. Quando todos nós tivermos o pensamento semelhante ao seu, a fome de paz não mais existirá!
    Parabéns minha querida!

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