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Registros do 1º de maio de 2020 – Quarentena Cultural da Cultura Nordestina

Trabalho, cura, literatura e liberdade, por Salete Rêgo Barros

Na ocasião em que estamos de castigo, passando a limpo o dever de casa mal feito, é imprescindível reconhecermos o valor dos que produzem a riqueza da nação. Muito se tem discutido sobre as bases teóricas desta atividade, porém, nunca ficou tão evidente o seu valor intrínseco, principalmente para os que, ainda, estão acorrentados ao pensamento que considera o trabalho como uma atividade inferior – os que não querem estudar ficam relegados às tarefas menos valorizadas pela sociedade, enquanto o mais importante é o lucro, a promoção pessoal, a ascensão social mediante o esforço próprio – um tema para ser discutido e avaliado quando setembro vier.

No entanto, a simples ameaça do desabastecimento de alimentos, combustível, gás de cozinha, do recolhimento do lixo, dos serviços dos profissionais da saúde, da educação, dos transportes, da hotelaria, entre outros, deixa todos apavorados.

Nesta data em que está sendo comemorado o dia do trabalhador, também comemoramos a marca mundial de um milhão de pessoas curadas da Covid-19, graças ao trabalho incessante dos mestres e cientistas que pesquisam a cura das doenças e dos profissionais da saûde.

Também comemoramos hoje o dia da literatura brasileira homenageando, em nome de todos os artesãos da palavra, que marcaram as várias escolas literárias e cada período da história do país, José de Alencar, nascido em 1º/5/1829.

No próximo domingo, a liberdade de expressão dos profissionais da imprensa estará sendo lembrada e, desde já, homenageamos os que são comprometidos, sobretudo, com a verdade dos fatos.

Este primeiro de maio será inesquecível, por representar o sentimento de gratidão aos trabalhadores, que nos move, nesta difícil travessia.

Cidade Versus Campo em Chã Grande, por Rivaldo Mafra*

* Professor aposentado da UFRPE e fotógrafo.

Paisagem Ru/urbana. Chã Grande. 2020.

Hoje é o Dia Universal do Trabalho. Lembrei-me como o trabalho, ao longo do tempo, vem mediando as relações “homem – natureza”.
Em minhas andanças, gosto de apreciar as paisagens. Fico imaginando como o humano transforma a natureza. Como modifica, através do trabalho, o meio-natural. Ao longo do tempo, esses espaços vão sendo transformados.
Em um passeio detectei a convivência do rural com o urbano. O verde da vegetação se contrapondo ao vermelho-pardo do casario. Espetáculo!
De repente a inquietação: até quando a “selva natural” resistirá à “selva de pedra”? Rapidamente, tirei o celular do bolso e apontei para paisagem. Capturei a luz do céu azul com nuvens, das casas enfileiradas – subindo a encosta – e da vegetação.

Fiz a foto (o trabalho), “congelando” tudo no tempo.

TRABALHO & TRABALHADOR, por Ivanilde Morais de Gusmão*
Recife, 1º de maio de 2020
Um TEMPO PARTIDO e de pessoas perdidas…

* Advogada, professora e escritora com vários títulos publicados no Brasil e exterior. Coordenadora do Núcleo de Filosofia da LETRART – Rede de Associados Letras & Artes

Olá Pessoal desse maravilhoso espaço sideral, aproveitando a data de hoje, 1º DE MAIO de 2020 – em que se presta uma homenagem, não só ao TRABALHO, enquanto energia humana que produz o Mundo Humano, mas ao TRABALHADOR(A) que gera toda a riqueza socialmente produzida. A partir de uma reflexão na concepção marxiana sobre o trabalho&trabalhador, organizei o poema abaixo especificado. Gostaria de fazer uma dedicação especial aos trabalhador(a)s da QUENTUTES que, nesse tempo partido e de recolhimento, tem fornecido minha alimentação de excelente qualidade. Para Mirella e sua equipe: Mara e Célia que, junto com sua mãe,neste tão especial está lá no FRONT comandando essa grandiosa tarefa de fornecer alimentos. Grata gente!

No trabalhador o homem existe
subjetivamente, pelo fato de que
o capital é o homem totalmente
perdido de si; assim, como no
capital o homem existe
objetivamente, porque o trabalho
é o homem perdido de si.

O trabalho é,
subjetivamente, o homem
perdido de si, pelo fato de que
no capital, enquanto
trabalho objetivado, o homem é
totalmente perdido de si, porque
ele é apenas trabalhador.

No trabalhador existe,
subjetivamente, o homem,
porque ele é trabalho, que existe
subjetivamente no capital, pelo fato
de que o capital é o homem
totalmente perdido de si;

O trabalhador é o homem
que existe
objetivamente no capital,
pelo fato de que o trabalho é
o homem perdido de si mesmo;
porque, no produto por ele produzido
e no qual o usou sua força,
sua energia vital
– Sua vida -,
não lhe pertence
porque é pelo outro, apropriado
Isto porque na sociedade do
capital – capitalista – aquele que
produz – o trabalhador – é
desproduzido no ato da produção.

Em suma, o trabalhador torna-se
tanto mais pobre quanto mais
riqueza produz,
quanto mais a sua produção aumenta
em poder e extensão.

O trabalhador torna-se uma mercadoria
tanto mais barata, quanto maior
o número de bens que produz.

Com a valorização o mundo das coisas
aumenta a produção em proporção direta
a desvalorização do mundo dos homens.
o trabalho não produz apenas mercadorias;
produz também a si mesmo e ao trabalhador
como uma mercadoria e, justamente na
mesma proporção com que produz bens.

O trabalhador põe sua vida no objeto;
porém, agora sua vida não lhe pertence,
mas ao objeto, ao produto que produziu.
quanto maior a sua atividade, tanto mais
o trabalhador se encontra sem objeto;
porque o que se incorporou no objeto
do seu trabalho, que é, sua energia,
sua força, já não é mais seu…

OBSERVAÇÃO:
A partir daí a concepção mariana do trabalho passa a fazer uma reflexão sobre A Alienação no processo de trabalho.
Esta questão ALIENAÇÃO é uma reflexão a ser feita em um outro momento.

Conte com os outros, por Suzana Lopes Cavalcanti*

*Professora Emérita da Universidade de Pernambuco, foi aluna do Centro de Artes e Comunicação da UFPE onde estudou Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Produção de Rádio e TV e do Centro de Educação da UFPE, onde estudou nas licenciaturas de Redação e Edição, Teoria e Técnica da Comunicação e Comunicação e Especializou- se em Educação e Cultura. Atualmente estuda na disciplina Tópicos Educacionais da Relação Educação e Espiritualidade sob a coordenação do Prof de Alexandre Simões. Coordenadora do Núcleo de Educação e Cultura da LETRART e Coordenadora do Programa Café Cultura e Afeto da Cultura Nordestina Letras & Artes.

São as pessoas que ajudam a tornar a nossa existência mais rica e menos vazia. Abrir-se para o outro é também trazer mais sentido para dentro de nós.

Hoje, Dia do Trabalhador, para nós que fazemos a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Rede de Associados Letras & Artes, cuja finalidade é, entre outras, facilitar o aparecimento de parcerias e convênios de governo e órgãos públicos, além de permitir que doações realizadas por empresas possam ser descontadas no imposto de renda, no intuito de fazer valer projetos que articulem arte, educação e cultura na direção da humanidade para garantir a formação de crianças e jovens de escolas públicas e particulares da Rede Municipal de Recife e Estadual de Pernambuco. Neste momento difícil para o planeta, vimos dizer da nossa solidariedade ao povo nordestino e brasileiro por esta crise de adoecimento dos corpos físico, mental e emocional, além do espiritual, nesta nova era que se inicia.
Unir forças é algo potente para transformar o mundo num lugar mais igualitário e humano.
Há quarenta dias reclusa, sinto-me num cárcere privado, ao mesmo tempo de pleno sentimento de gratidão e expressando-me livremente. Neste sentido vejo a importância de já começar a celebrar o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, que será no Domingo, mas que, como Jornalista Profissional, antecipo as comemorações para dizer que só há liberdade de um povo que trabalha se houver liberdade de expressão. Tão necessário nos dias atuais.
Finalizo solidarizando-me com todos os humanos que estão neste plano ou nos que partiram para a vida eterna. Amém!!!

Liberdade, por Eloisa Morais*

* Engenheira civil, mestra em Engenharia pela UFPE. Conselheira do CREA/PE. Diretora da Mulher no SENGE/PE.

A data de hoje, tem o dever de resgatar o dia do Trabalhador, tal como foi instituído. Dia de reivindicar melhores condições de trabalho, remuneração justa e descanso merecido. Corremos o risco de uma tecnologia escravizante, a era 4.0 indo em direção à era 5.0, nos dá a falsa impressão de liberdade, os vínculos empregatícios e os direitos trabalhistas foram alterados e as consequências ainda são imprevisíveis. Comemoramos também, o dia da Literatura Brasileira, que se encarrega de dar liberdade à alma e imortaliza os nossos autores. Salve a Liberdade de Imprensa, essencial para manter o país livre e garantir a nossa Soberania. Sempre batalhando contra o exército invisível das notícias falsas. Espero que, em breve, esta pandemia saia da primeira página e seja só história. Por enquanto, vamos nos solidarizando com os trabalhadores formais e informais, torcendo para que sua saúde física e mental seja mantida.

Conheça a história da Cultura Nordestina

9 respostas

  1. Parabéns Professora Suzana pela homenagem
    ao 1 de maio de 2020.
    Abç Ivanilde

  2. Muita boa iniciativa da Cultura Nordestina Letras e Artes. Parabéns aos participantes. Que os trabalhadores tenham cada vez mais consciência que são os geradores de toda riqueza.

  3. Saldemo-nos nós do Coletivo Letras e Artes da Cultura Nordestina Letras e Artes no Poço da Panela. Parabéns a todos nós!!!!

  4. Excelente iniciativa da Cultura Nordestina, no dia 1°de Maio em homenagear os trabalhadores e dar visibilidade ao dia da literatura brasileira assim como o dia internacional da liberdade de imprensa. Viva nossa liberdade cultural!

  5. Salete, Seu texto reflete uma clareza dos fatos impressionante, temos culpa…. Não conseguimos passar os ensinamentos da história para as novas gerações, o consumismo desenfreado cegou os olhos de muitos, e nós não nos demos conta que o inimigo estava a espreita. Estávamos felizes, e não nos damos conta da preparação de um duro golpe! Mas, somos muitos e não somos fracos, já dizia o poeta. Seguimos com nossas armas de amor e paz.

  6. Quanta verdade na sua foto, Rivaldo! Bairros mal planejados, casas amontoadas, terra ocupada com a maior taxa de impermeabilização possível. Triste urbanização de casas feias, que se tornam insalubres e abrigam potenciais doentes.

  7. O homem é essencial ao trabalho Ivanilde. Seu poema mostra como o trabalhador é importante em qualquer cadeia produtiva. Vamos em frente mostrando e valorizando cada vez mais o humano. Aguçar cada vez mais o pensar do ser humano, esta é a chave para abrir uma nova era! Obrigada pelo seu lindo poema

  8. Suzana, faremos uma grande corrente, e este elo do Cultura Nordestina é forte e unirá Arte, Educação e Cultura para a formação de uma rede de resistência e acolhimento. Que bom que encontrei este espaço tão acolhedor! Contem comigo .

  9. Maravilhosa homenagem ao dia do trabalho, dia da trabalhadora e do trabalhador, dia dos que constroem o mundo ao seu redor.

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