Apresentação de Mitafá, por Franci Palhano

Destaque artístico-literário de novembro – Mitafá

Coordenação geral – Bernadete Bruto

Quando a conheci, ela já era Mitafá: com seu cabelo vermelho  e um sorriso que convida à vida. Nas noites de contação de histórias, no Teatro Joaquim Cardozo, no Recife, eu prestava atenção naquela mulher que quando gargalhava, levava a gente junto. Ela desconcentrava os problemas.  Foi assim o meu primeiro contato com Mitafá.

Perguntei a uma amiga quem era aquela. Disseram-me o seu nome, mas não traduziram aquela mulher. Eu soube, mais tarde, que ela nasceu Maria. Maria de Fátima Corrêa de Araújo Gaspar. Que  estava ali, recém nascida contadora de histórias e assumida como Mitafá. Distante de ser um heterônimo era uma brincadeira. Um jogo de letras, para uma nova fase da sua vida. Havia ela deixado de atuar como médica para se dedicar às artes. Encontrara outro caminho de curar e de curar-se.  Mitafá, explica ela, salvou Fátima. Salvar-se de si mesma talvez seja uma das grandes missões que temos na Terra.

Entres os silêncios de Fátima e as falas de Mitafá, há uma mulher-menina que sabe brincar, que briga por seus propósitos e que bebe a vida em goles generosos, com a sede que não cede aos desencantos. Em sua arte ela propõe, pergunta: é você? Sou eu? Ou será que é o que não pensamos ser? Ela também instiga:  não desista da solidão! Ela fecunda!

Mitafá é uma sonhadora com asas que assanham o destino. Nos seus textos – em prosa ou em versos – está a marca de quem não se contém. Doutora Fátima Pinheiro? Presente! Poeta Mitafá? Apresente-se com toda beleza de uma vida que está em eterna construção.

Mitafá! Aprender é o seu sobrenome! Pintora, brincante, poeta, atriz,  contadora de histórias, escritora e viajante. Seu mundo tem milhares de portas. Assim ela nos ensinar a declamar o verbo amar. Amamos!

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