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Apresentação de Cássio Cavalcante, por Maria de Lourdes Hortas

(Cultura Nordestina, na abertura do Destaque literário em 7/6/2018)

Inicialmente, quero agradecer à CULTURA NORDESTINA, nas pessoas de Salete Rêgo Barros, idealizadora deste centro cultural, Bernadete Bruno e Eugênia Menezes, coordenadoras deste evento, pelo simpático convite para estar aqui, hoje, participando da abertura do DESTAQUE LITERÁRIO em homenagem ao nosso estimado amigo Cássio Cavalcante. Aproveito para deixar registrados os meus sinceros aplausos a todos que habitam e iluminam esta casa, com dedicação, resistência e amor.
Apresentar CÁSSIO CAVALCANTE, escritor pernambucano que nasceu no Ceará, é para mim uma honra e alegria. No cenário da literatura pernambucana, poucos desempenham com tanta propriedade, o conceito do que podemos chamar de animador e coordenador cultural, trabalho árduo de elaboração e execução de projetos relevantes e significativos. O seu vasto currículo revela-nos um jornalista e escritor cujo percurso merece destaque e aplausos.
Seu passo inicial na literatura deu-se como contista, com a publicação de Meu Primeiro Milhão na revista Caruaru Hoje (2005). Mais tarde, em 2013, publicou a novela Sob o céu de uma cidade, Prêmio Talentos Helvéticos Brasileiros – Categoria romance, exposto no Salão do Livro em Genebra – Suíça
Esse livro de estreia, segundo a escritora e jornalista Ariadne Quintella, trouxe à literatura um trabalho de grande valia, pela oportunidade de oferecer ao leitor jovem uma visão da nossa realidade social e histórica, metamorfoseada em ficção.
Por outro lado, a escritora Fátima Quintas, no prefácio desta novela, afirma estar “diante de um escritor maduro”, que vai ao encontro de Tolstoi, configurando o regional em dimensão universal. E a prefaciadora acrescenta: “Cássio consegue, de maneira brilhante, fotografar a essência de uma cidade pequena” (…) “Poucos escritores galgam o patamar do real, na teia de inventividade”.
Ainda sobre a ficção de Cássio Cavalcante, a propósito do livro “O sorriso de Ligia e outros contos”, que será lançado em breve, o mestre Carrero afirma: “Cássio é um autor exigente e determinado, que construiu um livro forte”.
Percorrendo o caminho de Cássio, encontramos BATE PAPO LITERAL, importante documento de uma época, onde o autor reúne entrevistas de 50 personalidades culturais do Recife, inicialmente publicadas no jornal Gazeta Nossa. O livro é ilustrado com fotos dos entrevistados, captadas com beleza e carinho pelo autor.
Outro trabalho que merece destaque é NARA LEÃO, A MUSA DOS TRÓPICOS, excelente biografia que nos revela um pesquisador sério e competente, premiado com Menção Honrosa pela Academia Pernambucana de Letras, e também com o Prêmio Clarice Lispector, no Rio de Janeiro.
Na obra multifacetada de Cássio, paralelamente à sua atividade como escritor, encontramos o seu significativo e generoso trabalho de organizador de antologias, em solo, ou a várias mãos.
Depois de, sozinho, organizar OS MISTÉRIOS DE CADA UM (2007), participou da organização das coletâneas NOITE FELIZ, antologia de Natal, em prosa e verso (2011); OLHA PRO CÉU MEU AMOR, antologia de São João, em prosa e verso (2012); OH QUARTA-FEIRA INGRATA – Antologia do Carnaval, em prosa e verso (2013).
Em 2016 organizou e lançou a ANTOLOGIA 7 PECADOS CAPITAIS em prosa e verso (2016). E tem pronta a coletânea OS DEZ MANDAMENTOS, com lançamento para breve.
Cássio Cavalcante é ainda Personalidade da Neolatinidade, título concedido pelo Conselho Consultivo do Movimento – Festlatino, criado pelo escritor Humberto França, de saudosa memória.
De passagem, no currículo do nosso homenageado, constatamos que ele é verbete do dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira, editor do jornal Folha Cultural e colaborador dos Jornais Folha de Pernambuco – Recife (PE), Terra da Gente – Surubim (PE), Voz do Planalto – Carpina (PE) e Folha do E. Santo – Cachoeiro do Itapemirim (ES).
Membro da SABEPE – Sociedade dos Amigos da Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco, pertence também à AIP – Associação da Imprensa da Pernambuco e várias academias: Academia Recifense de Letras, PE; Academia Olindense de Letras (PE); Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda (PE); Academia de Artes e Letras de Pernambuco (PE); Academia de Letras e Artes de Fortaleza (CE); Academia de Letras Juvenal Galeno (CE); Academia de Letras do Brasil – SP/ São José do Rio Preto (SP); Academia Palmeirense de Letras, Ciências e Artes; e Academia de Letras e Artes Valparaíso (CHILE), membro da Delegação no Brasil.
Paralelamente, recebeu títulos e comendas que seria longo enumerar, destacando-se a Comenda Luís Vaz de Camões, pelo Núcleo de Letras e Artes de Lisboa, além de muitos outros troféus e prêmios, todos eles testemunhas do valor do autor em destaque neste mês de Junho, na Cultura Nordestina.
A todos esses títulos, acrescente-se que foi reconhecido pela Câmara Municipal do Recife, como cidadão recifense, título que, certamente, guarda no seu generoso coração.
A par disso, com dedicação e competência, exerceu várias curadorias literárias, como, por exemplo, a do primeiro Seminário de Escritores no Recife, a primeira Feira Literária do Vale do Ipojuca (Porto de Galinhas – PE), e a Feira Literária da Livraria Jaqueira (Recife – PE).
Participou também da coordenação de programas culturais, tais como A Cultura e a Arte em Pernambuco e vários programa de UBE, de poesia e ficção. Participa também na coordenação de programas na Cultura Nordestina.
Dinâmico e inquieto, Cássio vem marcando presença em feiras culturais e bienais, não só no Nordeste, mas em todo o Brasil.
Para encerrar, gostaria apenas de acrescentar breves pinceladas, momentos em que os nossos caminhos se cruzaram. Conheci Cássio Cavalcanti através do escritor Cyl Galindo, querido e saudoso amigo, grande batalhador e divulgador da cultura brasileira. Na época, Cássio era editor de Gazeta Nossa, e me entrevistou. Daí em diante venho acompanhando o seu trabalho, sua produção cultural, sua presença atenta em eventos significativos do nosso Estado.
Fui incluída, com muita alegria e honra, no seu livro BATE-PAPO LITERAL (2012), e tive o prazer de recebê-lo em minha casa, para uma tarde feliz de muita conversa e vinho do Porto.
Hoje, neste belo reencontro, quero simbolicamente reeditar aquela tarde de Aldeia, de acolhimento e muita luz, celebrando com ele a amizade, a arte e a vida.

Casa Forte, 7/6/2018.

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