Search
Close this search box.
Search
Close this search box.

A motivação da arte para o novo tempo, por Salete Rêgo Barros

CRIATIVIDADE

Somos seres naturalmente criativos e, a todo instante, consciente e inconscientemente, criamos, projetamos, sonhamos e realizamos. A criação é tão vital quanto o ar que respiramos.

Nascemos com dons que afloram logo na primeira infância, naturalmente, mas que precisam de terreno fértil para se desenvolver com o estímulo e o cuidado de pais e mestres. Mas todos, sem exceção, temos talentos latentes que podem ser descobertos e desenvolvidos em qualquer fase de nossas vidas.

Os motivos da criação estão presentes na necessidade inata de sobrevivência. Criamos para estimular o bom funcionamento do nosso corpo e da nossa mente. A criação induz o organismo à produção e liberação de substâncias energéticas que nos dão prazer e nos permitem viver com intensidade.

Presente na história da humanidade, desde sempre, a expressão artística surge como necessidade de comunicação e registro de atividades. Inscrições rupestres, utensílios, ferramentas, tabuletas e ossadas nos dão conta, hoje, de como as pessoas viviam desde os primórdios – do que se alimentavam, como plantavam, colhiam, se divertiam; como enterravam os mortos, reverenciavam os deuses e a natureza.

As pegadas do ser humano ao longo de sua trajetória são registradas graças ao exercício da criatividade – através do canto, da dança, pintura, escultura, literatura, fotografia e do cinema elas chegam ao nosso conhecimento pela tradição oral e achados arqueológicos, assim como pela tecnologia da informação.

O desenvolvimento, especialmente da tecnologia da informação, nos traz agora novos elementos que possibilitam a expansão da visibilidade da expressão artística através da digitalização.

Mas o novo estará sempre sujeito a críticas por desafiar antigos paradigmas e nos tirar de nossas zonas de conforto. No entanto, as reflexões que a crise atual nos obriga a fazer, entre elas as consequências da privação da fruição da arte, poderá nos levar a uma maior compreensão do que realmente é essencial para a manutenção de nossa saúde física e mental.

Os críticos de arte mais conservadores, certamente, estão escandalizados com o potencial de massificação da arte digital. Poderá ser considerada uma “obra de arte” a gravura produzida através da computação gráfica com potencial para ser reproduzida infinitas vezes? Tudo indica que não, se os conceitos ficaram estacionados no passado, quando somente originalidade e exclusividade legitimavam a obra de arte, e o silêncio se fazia diante das injustiças sociais que impediam o acesso de todos à arte dita erudita, meramente contemplativa e que considerava, acima de tudo, a estética que remetia ao sentimento do belo desperto dentro do indivíduo. Visto por este prisma, os sentimentos de tristeza, indignação e revolta eram feios e deveriam ficar contidos no interior de cada um.

Os tempos agora são outros. A história da arte vem se tornando ruidosa e agregadora de novos conceitos que acompanham as ideias libertárias. A partir de meados do século 20 surge a arte contemporânea com características reflexivas, bem diferentes da tradicional.

O novo tempo será de grande revolução da consciência – empatia, cuidado, quebra de paradigmas obsoletos, aceitação das diversidades, respeito à natureza e diálogo serão elementos vitais para que evitemos o retrocesso à barbárie e nos tornemos seres mais humanizados.

Sendo assim, a história da arte ganha mais um capítulo que acompanha essa revolução.

Conheça o @tear.digital

Salete Rêgo Barros
Produtora cultural

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posts Recentes