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Reflexões sobre o ato de escrever, por Salete Rêgo Barros

A palavra é a matéria-prima da arte de escrever e, como qualquer obra de arte, tem o poder de, no observador, provocar emoções que o farão se sentir atraído a mergulhar nos sentimentos e na maneira como o autor daquela obra enxerga o mundo.
Aí reside a grande responsabilidade do escritor ao transmitir seu pensamento: forma e conteúdo irão interferir no outro que, ao perceber a identificação, ficará propenso a absorver algo que poderá influenciá-lo para sempre. Segundo o pintor Eugène Delacroix (1798-1863), “O mais belo triunfo do escritor é fazer pensar os que podem pensar”.
Além do arranjo estético das palavras que compõem as escrituras, em forma de verso ou prosa, ortografia e gramática devem se apresentar impecáveis, fato que, além de contribuir na formação de bons leitores e bons escritores, denota o grau de conhecimento do autor e o consequente êxito de sua obra.
Neste 25 de julho, data em que é comemorado o Dia do Escritor, instituído em 1960, após a realização do I Festival do Escritor Brasileiro, organizado pela União Brasileira de Escritores, sob a presidência de João Peregrino e vice-presidência de Jorge Amado, é imprescindível que seja feita uma reflexão sobre o ato de escrever, banalizado pelos que acham que podem ser escritores de uma hora para outra, que o reconhecimento deste ofício pode se dar através de elogios irresponsáveis de amigos e parentes, que a bagagem de vocabulário, conhecimento da língua, conhecimentos gerais e criatividade são irrelevantes, e que a intuição é o que mais importa.
Celebrar este dia, na Cultura Nordestina, ao mesmo tempo em que é comemorado o aniversário da escritora Djanira Silva, é uma forma simbólica de homenagear todos os escritores que são conscientes do real significado do ato de escrever.

Fátima Quintas
A literatura representa o caminho maior da redenção, espaço que permite reinventar a vida para torná-la adequada ao ego.

Jorge Amado
Pobres dos escritores que não se derem conta disso: escrever é transmitir vida, emoção, o que conheço e sei, minha experiência e forma de ver a vida.

Carlos Drummond de Andrade
Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de vê-las de qualquer outra maneira.

Érico Veríssimo
Nenhum escritor pode criar do nada. Mesmo quando ele não sabe, está usando experiências vividas, lidas ou ouvidas, e até mesmo pressentidas por uma espécie de sexto sentido.

Caio Fernando Abreu
O escritor é uma das criaturas mais neuróticas que existem: ele não sabe viver ao vivo, ele vive através de reflexos, espelhos, imagens, palavras. O não-real, o não-palpável. Alguém me dizia “que diferença entre você e um livro seu”. Eu não sou o que escrevo ou sim, mas de muitos jeitos. Alguns estranhos.

João Cabral de Melo Neto
Escrever é estar no extremo de si mesmo.

Jorge Luís Borges
Quando os escritores morrem, eles se transformam nos seus livros. O que, pensando bem, não deixa de ser uma forma interessante de reencarnação.

Celebração – Dia do escritor e aniversário da escritora Djanira Silva
Data: 24 de julho (terça-feira)
Local: Cultura Nordestina Letras & Artes
Endereço: Rua Luiz Guimarães, 555, Poço – Recife
Coordenação: Taciana Valença
Fotos: Bernadete Bruto

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