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Para fotografar é preciso pensar?, por Rivaldo Mafra

Divulgação semanal de associados

Consciente de que a imagem é formada no cérebro, responde-se afirmativamente. Entretanto, se torna necessário explicar a conotação da palavra “pensar” no ato fotográfico. Pensar, aqui, vai além do conhecimento do equipamento e das técnicas. Tem o significado de ato de criação. O objeto a ser fotografado deve ser explorado na tentativa de identificar formas, volumes, texturas, luzes, sombras, contrastes, cores etc. Assim, como se fosse num estado de consciência ligeiramente modificado, vai surgindo a imagem idealizada que, pouco a pouco, trará alegria e emoção ao olhar.

No olho humano, a córnea e o cristalino concentram os raios luminosos incidentes nas células fotorreceptoras da retina. Os fótons constituintes dos raios luminosos são por sua vez convertidos em impulsos elétricos e encaminhados através do nervo óptico para o cérebro. Ao contrário do senso comum, a visão das diferentes imagens da realidade, independentemente do aparato instrumental, é consequência da atividade cerebral.

Por outro lado, as tecnologias atuais das câmeras fotográficas facilitam e estimulam o ímpeto de capturar imagens que se revelam atrativas. Isto acontece comumente com iniciantes e até com alguns experientes amadores. Imagens de belas paisagens, de crianças encantadoras, de animais domésticos interessantes, de pessoas em eventos marcados por emoção e significados e tantas outras parecem exercer verdadeiro fascínio. É o que se denomina de “magia” da imagem. Um suposto encantamento pela imagem que se apodera das pessoas, levando-as a fotografar apressadamente.

Libertar-se desse fascínio parece ser o primeiro e grande desafio para aqueles que iniciam o aprendizado da fotografia. Michael Freeman afirma, em seu livro O olho do fotógrafo, que um dos problemas centrais da fotografia é o de superar a mera facilidade de negligentemente tirar uma foto. Regidos por forte disciplina, a criatividade, o conhecimento do equipamento e o domínio das técnicas são fundamentais para vencer a sedução de fotografar imediatamente o que o olhar percebe. Isto contribuirá para o aumento da probabilidade de captura de imagens, capazes de agradar a si próprio e aos espectadores.

Enfim, para simples “tiradores” de fotos ou para aqueles que desejam fotografar com criatividade, é possível trilhar o caminho descrito no parágrafo anterior. Pois, olhar através das lentes da câmera fotográfica, significa transpor fronteiras da visão costumeira. Isso implica em que a interação entre o conhecimento teórico, a atitude reflexiva e a intuição resultarão na construção de imagens criativas de objetos tidos como comuns, de lugares exaustivamente conhecidos e de rostos cotidianamente familiares.

Serviço:
Rivaldo ministra cursos de fotografia na Cultura Nordestina Letras & Artes
Rua Luiz Guimarães, 555, Poço
Maiores informações: 3243-3927

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