DIVULGAÇÃO DE ASSOCIADOS
Dando prosseguimento às comemorações do nosso calendário cultural, no próximo dia 18 de abril, quinta-feira, representantes da etnia Fulni-ô (Águas Belas) estarão na Cultura Nordestina, de 14 às 17h. Xicê de Sá Fulni-ô irá ministrar a palestra Medicina Tradicional Fulni-ô, com breve demonstração. Ele é coordenador da farmácia de plantas medicinais, trabalha com a medicina tradicional Fulni-ô e dá cursos de Fitoterapia com as plantas nativas da região. Logo após, Megaron Fulni-ô fará apresentação de cantos tradicionais e mostra de artesanato.
Os Fulni-ô são o único grupo do Nordeste que conseguiu manter viva e ativa sua própria língua – o Ia-tê – assim como um ritual a que chamam Ouricuri, realizado, atualmente, no maior sigilo.
Na parte central das terras da reserva indígena se encontra assentada a cidade de Águas Belas, rodeada totalmente pelo território Fulni-ô.
É necessário relembrar as importantes contribuições dos povos indígenas, os primeiros habitantes do solo brasileiro.
Fotos de satélites mostram que as terras indígenas são verdadeiras ilhas de florestas verdes rodeadas por pastos e cultivos de monoculturas, com a predominância da soja. São riquezas estratégicas que se encontram nos territórios indígenas. Eles são não apenas donos, mas, principalmente, guardiões e aguerridos defensores das florestas, o que contribui para amenizar os graves desequilíbrios ambientais da Terra.
Suas práticas culturais têm influência até hoje – costume de descansar em rede, andar descalço; utilização da mandioca e seus derivados – tapioca, beiju; castanhas, coco, milho, raízes e algumas folhas e frutos; prática de cura de enfermidades através de plantas – boldo, sucupira, pó de guaraná entre outras; influência na língua, através de palavras ligadas à flora e à fauna – abacaxi, caju, tatu, Tietê, Ibirapuera etc. A cultura indígena sempre permaneceu forte, e em todos os aspectos intacta em nossas vidas, seja ela na culinária, na arte, na língua ou no folclore, temos as raízes indígenas muito presentes em tudo que fazemos.
Nas expressões artísticas, a influência da cultura indígena é enorme, já que muitos povos usavam a arte em diferentes rituais, sempre com muito simbolismo envolvido. Um grande exemplo é a pintura corporal, feita normalmente com tinta vinda de plantas e frutos (como o jenipapo e o urucu), com a finalidade de retratar sentimentos e momentos específicos nos rituais realizados.
Outra grande herança artística deixada pelos índios é o artesanato, muito praticado no Brasil – colares, pulseiras, brincos e braçadeiras, normalmente ornamentados com penas e caudas de aves, dando origem a “arte plumária”, que servia para distinguir grupos sociais.
Os índios também tinham costume de fazer grandes máscaras de palha ou de madeira com cascas de árvores, usadas em danças, festas e cerimônias para acalmar entidades e espíritos.
Na música, eles usavam instrumentos de sopro – várias flautas nativas, e instrumentos de percussão – chocalhos, apitos e tambores, que ditam até hoje os arranjos e os ritmos da nossa música popular brasileira.
Também deixaram grande influência na dança e no canto, como é o exemplo do povo Pataxó, que entrava em harmonia com a natureza e o divino através do “Awê” ou “Heruê”, buscando a união e a paz do povo, quando celebravam seus antepassados cantando e dançando, buscando forças para continuar em frente.
Na história oficial do Brasil, contada nos livros didáticos das escolas ou mesmo na literatura especializada, não aparece nenhum feito ou contribuição significativa dos povos indígenas à formação da nação brasileira. Isso porque os povos indígenas sempre foram considerados sem cultura, sem civilização ou qualquer tipo de progresso material.
Serviço:
Cultura indígena: tradição, cores e sabores
Data: 18 de abril de 2019 (quinta-feira)
Horário: 14 às 17h
Local: Ponto de Cultura Nordestina
Endereço: Rua Luiz Guimarães, 555, Poço da Panela, Recife-PE
Telefones: 81 3243-3927 | 9-9345-7572 (WhatsApp)
Programação:
Palestra – Medicina Tradicional Fulni-ô por Xicê Sá Fulni-ô
Apresentação de cantos tradicionais e mostra de artesanato por Megaron Fulni-ô.
Entrada: 1 kg de alimento não perecível / material de higiene pessoal para compartilhar com a aldeia + R$ 10,00 como colaboração com a manutenção do espaço.
Uma resposta
Palestra imperdível