A CIDADE DO BARRO E A TERRA DO CHOCALHO
A primeira é o lugar perfeito para quem gosta de arte popular e curte um passeio diferente. Logo na entrada de Tracunhaém, se tem ideia do que vai se encontrar – peças de barro espalhadas por todo canto, como uma feira imensa só de cerâmica. No Centro de artesanato, localizado na principal praça, encontram-se peças de todo tipo, a maioria com motivos religiosos e da fauna da região, assim como utilitárias e decorativas.
Tracunhaém, cujo nome vem do tupi, significando panela de formiga, recebeu o título de Capital das artes cerâmicas, da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Dos moradores da cidade, 50% vivem direta ou indiretamente dessa arte.
Mas a cidade tem outros atrativos. O seu Carnaval tornou-se conhecido pelos blocos e desfiles de maracatus por todas as ruas, levando alegria por onde passam. Já o Parque de Eventos centraliza os festejos juninos, shows populares, natalinos e até comícios.
A povoação aconteceu em meados do século 18, mas os nativos só despertaram para a cerâmica no século 20, e agora ganhou fama. Pessoas famosas são presenteadas com as peças produzidas ali. O papa João Paulo II, por exemplo, levou uma bela imagem de Nossa Senhora do Carmo. Severino, Manoel Leão, Nuca e Val Andrade são os ceramistas mais conhecidos.
Para se chegar à Tracunhaém, saindo do Recife, o trajeto é pela BR-232 e PE- 408. São 64 km e o percurso é bonito.
Agora vamos conhecer a terra do chocalho: Agrestina, a 154 km do Recife. A cidade criou fama através do artesanato, principalmente, o do chocalho. De produção totalmente artesanal, feito de ferro ou latão galvanizado, de tamanhos variados, ele serve para localizar os animais nos pastos através do barulho do badalo. A produção cresceu tanto, que provocou uma feira famosa realizada às segundas-feiras. Existe até a Cavalgada do Chocalho.
O artesanato é a maior economia do município. A produção do latão provocou uma bela variante: a arte medieval da Prince Art. São lustres, brasões, lanternas, espadas, móveis etc., que remetem à Idade Média, encantando o visitante. O folclore é outra riqueza. De bandas de pífanos a bacamarteiros e ainda à bela mazurca, uma dança rara e antiga com batidas cadenciadas dos pés. Quase indígena. Tudo pode ser visto na Festa de Santo Antônio, o padroeiro, e no período junino com muito forró e alegria contagiante.
*Wanessa Campos, natural de Triunfo-PE, é jornalista e autora do livro “A dona de Lampião.
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