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Nascida Maria Cristina Campos de Araújo, natural de Arcoverde/PE, filha de Euclides de Siqueira Araújo e Maria Amália Campos de Araújo. Família de cinco irmãs. Casada com Elísio A. de Carvalho Nunes. Mãe de três filhos: Cynthia, Juliana e Felipe. Avó de seis netos: Victor, Marina, Guilherme, Sofia, Beatriz e Gabriel. Católica praticante. Psicóloga, com Título de Especialista em Psicologia Organizacional e do Trabalho. Pós – Graduada em Recursos Humanos. Aposentada da CELPE. Leitora voraz. Há muito tempo escreve poesias, contos, crônicas. Foi por muitos anos Presidente da Comissão do Boletim do Rotary Club Recife Espinheiro do qual é associada. Quando solicitada escreve para o Boletim de diversos Clubes rotários e para o Jornal da Casa da Amizade. Teve artigos publicados também no Diário de Pernambuco. Lançou seu primeiro livro solo – PEDAÇOS DE MIM, pela Edições Moinho, lançado na FLIPO e na BIENAL DO LIVRO DE PE. Fez parte de uma coletânea de Poesias, organizada por Flávia Suassuna, com mais nove poetas – FIOS DA TEIA. Faz parte da Confraria das Artes com Diana Bezerra de Sousa e muitas confreiras. É aluna da Oficina de Poesia em Casa, sob orientação de Flávia Suassuna. Tem três manuscritos prontos para edição, aguardando o momento para serem publicados – Afetos, Amores e Paixões; Arcoverde que te quero verde; e, Todas as Marias. Títulos provisórios. É a próxima homenageada, junho/2021, do Destaque Literário da Cultura Nordestina de Letras e Artes.
Partindo do pressuposto de que cada um de nós tem um papel a desempenhar na sociedade, gostaria que você dissesse quais os papéis desempenhados pela:
Fiz especialização em Psicologia Organizacional e do Trabalho. Exercia minhas funções na Empresa, intermediando as relações homem x trabalho x organização. Trabalho delicado, pois lidava com pessoas, seus sonhos, aspirações e vidas, de um lado; e necessidades das organizações no tocante a qualidade da mão de obra e produtividade, do outro, entre outras coisas. Desta feita, eu exerci várias funções na Empresa. Inicialmente, fiquei na área de Recrutamento e Seleção, depois fui para a área de Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal, onde trabalhava com gestores e funcionários, buscando desenvolver suas habilidades nas relações interpessoais e grupais. Minha área preferida por exigir de mim habilidades de lidar com grupos, o uso de dinâmicas e outros recursos mais. Trabalhei na área de Engenharia de Segurança do Trabalho, onde participei de pesquisas sobre acidentes de trabalho em seus aspectos psicossociais e análise de acidentes. Quanto acontecia de algum funcionário precisar de readaptação funcional, recebia informações da área de Assistência Social, para começar o trabalho de atendimento para uma nova função. Esse trabalho exigia uma escuta muito maior, respeito, sensibilidade ética e verdade nas relações com o funcionário, buscando saber de suas preferências e possibilidades na escolha do local para onde ele seria remanejado. Em qualquer dessas funções, a ética, sensibilidade, o cuidado na relação com as pessoas, responsabilidade e compromisso com o humano, bem como a firmeza e segurança das minhas decisões na relação com as gerências, foram sempre norteadores das minhas ações. Gostava de ministrar palestras sobre diversos temas. Adorava o meu trabalho.
Publiquei meu primeiro livro em dezembro/2018 – Pedaços de Mim. Mas, escrevo desde 1980. Participei de uma coletânea, Fios da Teia, com mais nove poetas, em setembro de 2020. Tenho muitos escritos ainda não publicados. Outros que já foram organizados e esperam um melhor momento para ir para editoração. Tenho mais três livros para publicar. A escritora veio coroar a minha trajetória de vida e permitir que eu expressasse toda minha sensibilidade, emoções, sentimentos e fatos do meu cotidiano e da minha história. A literatura me deu asas para voar e caminhos para navegar por mares distantes… A escritora busca suas inspirações na natureza em todas as suas dimensões – escuto sons, diferencio cores e suas nuances, adoro pássaros e seus trinados, procuro entender as transformações que se passam nas pessoas e nos meus espaços, aprecio a luz e a escuridão com sentimentos oscilantes de alegria e tristeza. Sou atenta e dispersa, equilibrando emoções e conflitos que terminam em poesias. As inspirações chegam de súbito e caso não anote, as perco; mas também sento para escrever. Sou sentimentos, inspiração e criação – SOU POETA.
O Rotary é uma instituição presente em mais de 200 países no mundo. Seu lema mais conhecido – Unidos no ideal de servir. Entramos no Rotary para servir aos mais carentes e transformar as comunidades a que servimos. E nos transformamos juntos. Servir incorpora-se ao nosso viver. Sou associada/voluntária do Rotary Club Recife Espinheiro, onde exerci vários cargos: Presidente, Coordenadora do Boletim do clube e outras funções mais. No âmbito do Distrito 4500 (PE, PB, RN), fui Governadora Assistente em duas gestões, sendo ponte entre os clubes sob minha responsabilidade e o Governador do Distrito. Uma função que me exigia muita comunicação e sensibilidade com os companheiros dos clubes. Também orientava- os nas questões administrativas e nos procedimentos estabelecidos pelo Rotary International. Era presença constante, mas não invasiva, nos clubes sob minha responsabilidade, e recebi prêmios nessa minha função. Estou sempre desenvolvendo e participando de projetos para atender as necessidades do momento. Nesta pandemia fizemos muitas ações relativas a doações de alimentos para associações carentes e participamos de outros projetos voltados para amenizar a fome. Adoro o que faço, tenho muito respeito e ética nessas minhas relações com as pessoas e comunidades. Sou muito inquieta e o Rotary preenche minha necessidade de estar em movimento.
Se você fosse convidada a participar de um fórum mundial sobre o destino do planeta Terra, quais seriam as suas propostas, no que diz respeito ao relacionamento homem X natureza?
Dormimos em berço esplêndido nas questões ambientais, no Brasil e no mundo. Chegamos a um estado de devastação, pelas agressões que infligimos ao nosso Planeta Terra, que temos que nos reprogramarmos ou sucumbimos. Vivemos numa paranoia de crescer, de evoluir sem nenhum limite e respeito pela natureza e pela vida no planeta. No tocante a relação homem x natureza, proporia trabalhar com a educação, inserindo o conhecimento de nossas responsabilidade com a natureza e sua importância para nossa sobrevivência, nos currículos escolares e nos trabalhos de atenção e cuidado a serem desenvolvidos como parte de sua formação educacional. Possibilitar aprender a trabalhar com a preservação e respeito pelos ecossistemas e os recursos naturais. Isso seria levado às escolas desde a mais tenra idade, para desenvolver valores e atitudes de preservação da natureza, num processo de conscientização, sensibilização e formação de valores prevencionistas. No programa de adultos e idosos, trabalhar numa perspectiva de mudança de valores e atitudes inadequadas, já consolidadas. Conscientizar e sensibilizar para mudar a relação de domínio pouco inteligente do homem sobre a natureza. Também a necessidade de políticas públicas que nortearão a prevenção e sustentabilidade das ações de cuidados no e do Planeta – coletivizar essas decisões para que ninguém possa se justificar arguindo desconhecê-las.
Qual a relevância das artes para o desenvolvimento humano?
“A arte existe porque a vida não basta.” Ferreira Goulart. “Temos a arte para não morrer de verdade”. Nietzsche. As artes estão presentes na nossa vida em todos os aspectos, para nos despertar, sentir , pensar e sonhar. Ela tem uma Função Estética, para emocionar, criar beleza e prazer. Uma Função Cognitiva para que possamos aprender pelas trocas, enriquecer nossas percepções, nosso conhecimento e a nossa forma de ver o mundo. Uma Função Compensatória, que ajuda a trabalhar as nossas insatisfações com a vida. Pelas artes podemos conhecer e nos apropriarmos da cultura de um povo; apurarmos nossos sentidos estéticos; ampliar nossa compreensão do mundo, aprendendo e crescendo; fugir da realidade para o sonho pra não sucumbir. “Precisamos criar fantasias de beleza, de justiça, de felicidade…” (Flávia Suassuna). Então as artes são imprescindíveis para o desenvolvimento humano.
Você acha que a cadeia produtiva cultural, no Brasil, é compatível com a demanda da produção intelectual?
Não entendo muito do mercado editorial no Brasil, mas acho que não atende, aliás, nunca atendeu a demanda da nossa produção intelectual. Temos uma demanda reprimida que se agravou com a Pandemia. O mercado editorial encolheu mais ainda, vemos livrarias fechando as portas e outras se reinventando para sobreviver. Menos mal. Por outro lado, assistimos crescer o acesso às livrarias virtuais e o lançamento de novos títulos oferecidos on line, em PDF e similares. Leitura gratuita de inúmeros livros; é só acessar e baixar. Isso cria um vácuo entre o escritor e o leitor, entre a leitura e as interpretações que possamos fazer delas, além das perdas financeiras resultantes desse modelo. Claro que há a possibilidade de trocarmos ideias através de mensagens pela mídia. Virtualmente!! A cadeia de produção cultural, no Brasil, tem muitos gargalos: falta de educação para a leitura (brasileiro lê muito pouco), “quase” ausência de incentivos financeiros, pouco acesso à mídia escrita, falada, televisiva e, cultura familiar, além dos já citados, que quebram a cadeia produtiva cultural e a demanda da produção intelectual. Vejo com tristeza e indignação, essa realidade.
No momento atual, quais são as suas expectativas de realização pessoal para os próximos dois anos?
Muitas, apesar do momento difícil que estamos vivendo com essa Pandemia. Mas, depende de mim, usar as dificuldades como obstáculo ou como incentivo. Pretendo continuar escrevendo muito e, com certeza, lançar meus novos títulos – Afetos, Amores e Paixões; De Todas as Marias; e, Arcoverde que te quero Verde. Títulos provisórios. No momento estou pesquisando dados e informações para um novo livro. Pretendo viajar muito, conhecer novos países e, no Brasil, belezas ainda desconhecidas pra mim. Viajar é o meu segundo prazer. O terceiro é ler. O primeiro é curtir minha família. Cuidar da minha saúde e privilegiar amor, afeto e carinho, intensamente, com os meus amores familiares. Estar com meus amigos, aproveitando a vida, rodeada de afetos que preenchem a minha vida. Conseguir instalar a Academia Brasileira de Rotary, em Pernambuco, juntamente com o grupo de rotarianos envolvidos nesse projeto. Continuar nas minhas outras atividades rotarianas, fazendo um trabalho assistencial e educativo junto às comunidades carentes. Estou engajada noutros projetos do Rotary, onde vou continuar apoiando e trabalhando com o grupo. A Confraria das Artes é um espaço de prazer do qual jamais me afastarei; ela representa um divisor de águas na minha vida.
Quais seriam as possibilidades do ser humano para a construção de um novo tempo no pós-pandemia?
Estar vivo para contar a história e recomeçar, seria o primeiro sentimento a ser trabalhado pelos seres humanos. Estar vivo, quando tantos morreram, sem sentimentos de culpa, mas de solidariedade, é uma vitória que para ser usufruída por todos, precisa ser trabalhada em nós mesmos e nas nossas relações familiares, profissionais e pessoais. Existem inúmeras possibilidades de se refazer, dependendo de como vamos estar em termos de saúde, equilíbrio e maturidade emocional, referências do meio ambiente e das ofertas de trabalho, hoje e no pós-pandemia. A nossa construção em um novo tempo é não parar o agora. Não desistir do presente, esperando um futuro sem Pandemia. Vamos chegar lá. Mas, as possibilidades são agora. Chegar ao futuro depende de como encaramos as possibilidades presentes. Estamos cada vez mais num mundo interligado por fios invisíveis, telas, celulares de última geração e muitos aplicativos. É por excelência o tempo do conhecimento e da tecnologia. Temos que nos prepararmos e estarmos atentos ao desenvolvimento sustentável, para aproveitar o que a pós – pandemia nos reserva. Num futuro próximo temos que estar prontos para buscar e responder às solicitações do mercado de trabalho. As oportunidades estarão disponíveis para os mais preparados e depende de nós aproveitá-las. Hoje, já conhecemos empresas que estão buscando mão de obra fora do nosso estado, por não termos profissionais capacitados, por aqui. As profissões mais simples e com poucas exigências de escolaridade, não sentirão tanto essa passagem. Perspicácia, ousadia, força, coragem, conhecimento, experiência e disposição para o trabalho, serão a chave mestra para usufruir das oportunidades oferecidas pelo mercado no pós-pandemia. Preparar o homem e o profissional é essencial para o mundo que há de vir, no pós-pandemia.
https://www.culturanordestina.com.br
Programa Destaque artístico-literário – Ano IV
Coordenação geral: Bernadete Bruto | Coordenação especial: Eugênia Menezes, Raldianny Pereira e Taciana Valença
Realização: Ponto de Cultura Nordestina Letras & Artes
Endereço: Rua Luiz Guimarães, 555, Poço da Panela, Recife-PE
Contatos: (81) 30973927 | 981137126
*Elaborada por Salete Rêgo Barros
