Apresentação de Bruna Estima Borba, por Salete Rêgo Barros

Destaque artístico-literário de maio – Bruna Estima Borba

Coordenação geral: Bernadete Bruto

Lisonjeio e apreensão são sentimentos com os quais abraço a tarefa de apresentar Bruna Estima Borba ao público do programa Destaque artístico-literário da Cultura Nordestina, que conta com a coordenação geral da poeta performática Bernadete Bruto, e a coordenação especial da escritora e socióloga Eugênia Menezes, da poeta e mestra em comunicação, Raldianny Pereira, e da poeta e produtora cultural, Taciana Valença – time de primeira qualidade que realiza, desde 2018, o trabalho de divulgação de boa parte da produção artístico-literária contemporânea do Nordeste brasileiro.

As graduações (Engenharia Mecânica e Direito), especialização (Economia), mestrado e doutorado (Ciências jurídicas), a atuação profissional como Auditora fiscal da Receita Federal e na área acadêmica como professora da Faculdade de Direito do Recife (UFPE) e da Faculdade Damas, além da produção de diversos textos na área técnico-jurídica, dão conta da capacidade intelectual do nosso destaque de maio de 2021, assim como do tamanho da responsabilidade assumida pela equipe, em fazer chegar a um público sem fronteiras, de maneira adequada, todo o protagonismo de sua vida e obra, nesta era tecnológica em que o alcance da informação perde os limites de espaço e tempo.

Dar publicidade à expressão artístico-literária de Bruna, além de ser uma questão de justiça, que não poderia mais ser adiada, passa pelo reconhecimento de uma produção ficcional pontuada por realidade histórica, conhecimento mitológico e filosófico, humor, análise psicológica de personagens e reflexões acerca da condição humana e de seus mais complexos sentimentos. Arrisco-me a dizer que se trata de uma expressão holística da realidade.

Em 2017 tive o prazer de editar o seu primeiro livro no gênero ficção – Tempo – e acabei por me envolver no espaço psicológico da trama, como leitora (foi inevitável). A mesma coisa aconteceu com Vivendo as circunstâncias, em 2018, e em Edifício Estrela, ainda no prelo, além de outros textos seus em coletâneas: “Cartas a Monteiro Lobato” (2019); “O fio da meada” (2020) e Cartas a Clarice Lispector (no prelo).

Destaco o livro “Vivendo as circunstâncias”, onde Bruna estabelece um paralelo entre A vida como deveria ser (Parte I) e A vida como pode ser (Pare II). Na verdade, a narrativa carrega reflexões filosóficas que assombram os pensadores desde a antiguidade, mas que ganham leveza e sedução literária num texto memorialista que remete à época dos mistérios que rondavam o histórico prédio da Faculdade de Direito do Recife; que revela fatos históricos, costumes da época e o pensamento de uma juventude empenhada na luta pela construção de um mundo mais justo e fraterno.

A intimidade da obra de Bruna se fará presente na memória de todos aqueles que convivem com ela e dos que terão a oportunidade de ler seus escritos, agora, e daqui a cem anos – esta é a grande mágica da imortalidade.

Salete Rêgo Barros

Arquiteta, editora e produtora cultural

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