SERVIÇO DE DIVULGAÇÃO DA CULTURA NORDESTINA
Patricia Tenório nasceu em Recife e após morar vários anos em Maceió, retorna para aqui cursar, Análise de Sistemas.
Foi em Recife que se lançou na literatura. Tudo começou com sua Livraria Domenico que funcionou de março de 2002 a março de 2004. No auditório da Domenico aconteciam palestras, cursos e oficinas em diversas áreas da arte – literatura, música, cinema …
Em 2004, Patricia quis ser protagonista de sua própria história na literatura e iniciou seu trajeto na Oficina Literária de Raimundo Carrero, em Agosto de 2004. Em Dezembro daquele ano, participou da Antologia dos alunos da Oficina – com o conto “Lentes Cor-de-Rosa”.
Em 2005 Patrícia lança o seu primeiro livro, O Major – Eterno é o Espírito; foi o resultado de um convite da família para escrever a biografia do seu avô paterno – José Tenório, cujo centenário aconteceria naquele ano. Em seis meses cumpre todas as etapas de entrevistar, escrever, revisar. Em 05 de Novembro – data do aniversário do avô – acontece o lançamento
O milagre está acontecendo. Mergulho na alma de meu avô, conversamos o tempo inteiro, um diálogo imaginário, é verdade. E, a partir desse encontro, começo a perceber o nunca concebido, sequer pensado. É o início de minha cura. Quem sabe o encontro do grande, maior amor da minha vida? (TENÓRIO, Patrícia. O Major – Eterno é o espírito, 2005. Pág.73)
No final deste livro Patricia dá um depoimento de como foi compulsivo o seu processo de escrever:
Ao fechar a Domenico, bateu uma vontade enorme de escrever. Era compulsivo, um caos se instalou em meu ser e tornou-se inevitável. Ou escrevia ou a morte. Meio trágico assim, mas que descobri, no primeiro dia de aula na Livraria Nobel, Agosto de 2004, ser essa mesma dor, agonia que todo escritor passa. Então as torneiras se abriram e jorrou tudo. Minha vida, angústias, questionamentos. (TENÓRIO, Patrícia. “Presente – Novembro, 2005” in O Major – Eterno é o espírito. Pág. 258)
Em 2006, Patrícia lança o seu segundo livro As Joaninhas não Mentem, e em 2011, o livro é adaptado para o teatro. Foi nesta ocasião que conheci a escritora Patricia Tenório.
A fábula As Joaninhas não Mentem conta a história de Ariana e a viagem em busca de si mesma e do príncipe do amor perfeito.
A Torre… Para lá se dirigia Ariana. Colocou o elmo na cabeça, apertado era o elmo. Jeito de camponesa, permitindo dores, respirou fundo, conseguiu encaixar sobre os cabelos, cor de sol, peleterra. Olhos castanhos, mar de sonhos brilhava na direção da Torre.
Ariana não vendo a torre e segurava firme as rédeas do cavalo branco apertando com as pernas longas. Longos seriam os caminhos, tortuosos seriam os caminhos, perigosos seriam os caminhos. Mas ela prometeu. A si e à Irmã Clara. Lá estaria o que sempre sonhou. E por que temia? (TENÓRIO, Patrícia. As Joaninhas não mentem, 2006. Pág. 13)
Grãos foi lançado em 2007 é um livro que deixa espaço para a criatividade, dá asas às próprias fantasias do leitor. E isto é de se esperar pois já na apresentação Patricia fala:
Numa sociedade de consumo onde os rótulos e preconceitos são estabelecidos, Grãos se propõe a ser escolhido, plantado no tecido imaginário de cada leitor. Que nele a casca aprisionadora da essência pura do texto se quebre, libertando o que foi despertado no momento mágico: quando quem escreve e quem lê se tornam um. (TENÓRIO, Patrícia. Grãos, 2007. )
Muitas faces da escrita de Patricia vieram à tona em Grãos; de forma cheia de fantasia em “Intervalo” e “O Banho”, de forma fria e realista em “Três Quartos”, ou inesperada em “Labirinto”.
Em A Mulher pela Metade lançado em 2009, tento captar todo o teor escondido em cada voz… É emoção demais que a escritora Patrícia coloca nas vozes de Augusto, Séphora e Sahra. É a crueza, a dureza e toda a beleza da vida em suas várias faces, muito bem espelhada nas várias gravuras de um caleidoscópio, várias faces, que vão se tecendo e se moldando a cada movimento da Terra, a cada girar do caleidoscópio. O livro é rico em metáforas, poemas que brotam ao longo do texto.
Essa Séphora é o lado que posso mostrar. O lado obscuro de mim, esse, derramo na arte, nos meus quadros incongruentes, feitos de colagem, abstrações e cores fortes, coaguladas, para deitar ali a alma inteira, a alma que não conheço, que me acorda com o quarto revirado à procura de algo que não sei definir. (TENÓRIO, Patrícia. A Mulher pela metade, 2009. Pág. 17)
Em 2010, são lançados – Diálogos e D’Agostinho. Patricia aproveita a experiência obtida no Curso de Cinema que fez na New York Film Academy em 2010 e transforma em curta, quatro contos do livro Diálogos. Textos, Edição e Direção: Patricia Tenório. Produção e Figurino: Jorge Féo.
“Olhos Fechados” – Com Isis Agra e Tiago França
“O domador de bolas de sabão” – Com Kleber Lourenço
“Prisão Perpétua” – Com Hermínia Mendes, Renata Phaelante e Juan Guimarães.
Os poemas do livro D’Agostinho nos remetem a uma busca interior, a uma atmosfera mística, ou a reminiscências contidas na alma. Acompanha o livro CD com os poemas recitados por Karyna Spinelli e Carlos Ferreira. Produção: Jorge Féo. Texto e Direção: Patricia Tenório.
Dá-me a luz da espada
Para devastar a imensidão do teu saber
Alargar nos limites da ignorância
A tentativa de saber quem és
Saber quem sou
Saber por quê
Saber para quê
Diz-me a palavra e calo
Permanecerei séculos a auscultá-la
Poli-la
Pensá-la
E num dia cor de cinza
Uma fagulha escarlate
Em mim se revelará.
(TENÓRIO, Patrícia. “Escarlate” in D’Agostinho, 2010. Pág. 33)
Patrícia lança em 2013 o livro Sans nom / Fără nume, uma coletânea de poesias. Trata-se de uma edição bilíngue (Francês/ Romeno) com tradução de algumas das poesias já lançadas anteriormente no Brasil em outros livros.
Em 17 de setembro de 2015 a escritora Patrícia defende a dissertação de Mestrado em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco na linha de pesquisa Intersemiose, O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde: um romance indicial, agostiniano e prefigural, sob a orientação da Prof. Dra. Maria do Carmo de Siqueira Nino.
Em 2016 é lançado Vinte e Um / Ventiuno – um livro de contos em edição bilíngue (português/ espanhol). Neste livro chamo atenção especial para os contos “Um olhar sobre Istambul”, “O dia da minha vida”, “ Da cuore”, “Eu, Comigo e Deus” e “ Vinte e um”.
Um novo livro chega às livrarias em 2016 é A Menina do Olho Verde – uma bela fábula que reflete a vida e as decisões que somos levados a tomar para descobrir o nosso lugar no mundo.
Precisava descobri o seu destino, e se esquecera de perguntar o seu destino ao Mestre da barba branca e longa. (…) Procurou no Mapa amarelecido um ponto de encontro entre o agora e o amanhã, entre o aqui e o acolá, e percebeu tão assustada que o Mapa ia se fazendo à medida que ela o fazia, e os personagens iam se desenhando como se saíssem de sua imaginação. (TENÓRIO, Patrícia. A Menina do Olho Verde, 2016. Pág. 19).
Em 2016, Patricia criou um grupo experimental para Estudos em Escrita Criativa. O grupo se encontrou entre Agosto de 2016 a Dezembro de 2017. Com este objetivo, eram utilizados os mais variados recursos: obras literárias de autores clássicos e contemporâneos – romances, contos, poemas e textos teóricos e também filmes, obras de arte, músicas. Com a mesma finalidade, o grupo experimental, ainda se reúne esporadicamente.
Em 2017 com o apoio da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, aconteceu em 2017 o I Seminário Nacional em Escrita Criativa de Pernambuco durante a Bienal, onde foi lançado o livro Sobre a Escrita Criativa I.
Em 2018 Patricia abre o grupo de Estudos em Escrita Criativa para a participação do grande público. Ocorrem então, em Recife e Porto Alegre, oito encontros mensais e temáticos sob a coordenação de Patrícia Tenório, na Livraria Cultura. No último encontro foi lançado o Sobre a Escrita Criativa II.
Em 8 de outubro de 2018, Patrícia defende sua tese de doutorado na PUC do Rio Grande do Sul. Dele resultou o romance Doze hora: O mito individual em uma autobioficção.
Doze horas é uma novela ensaística em três camadas. Narrada em terceira pessoa do singular, conta a história de Arabella Fantini, quarenta e cinco anos, solteira e sem filhos, nascida em Recife, residente em Porto Alegre, Brasil, e museóloga do Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS. Ela traz à tona artistas desconhecidos, e, uma bela tarde, recebe a carta com fotografias da obra de Fernandes Vieira, artista português que o remetente afirma ter conhecido seu pai, desaparecido desde os treze anos da museóloga. Toda a narração é feita durante o voo de doze horas para Lisboa, resgatando o passado, descrevendo o presente, antecipando o futuro, criando diálogos imaginários com “o rapaz ao lado”.
No primeiro semestre de 2019 aconteceu na Universidade Católica de Pernambuco sob a coordenação de Patrícia cinco encontros mensais dos Estudos em Escrita Criativa.
No segundo semestre de 2019 foi lançado na Universidade Católica de Pernambuco, a Especialização em Escrita Criativa com duração de catorze meses.
Agora em 21 de novembro de 2019, teremos o lançamento conjunto de cinco livros de Patrícia: O romance que resultou de sua Tese doutorado – Doze horas: O mito individual em uma autobioficção, um livro de poesia, um de contos, outro de ensaios e um ainda com a seleção de alguns textos e poemas publicados ao longo de sua carreira.
Está programado para ser lançado em 2020, no final do curso de pós-graduação, o livro – Sobre a Escrita Criativa III
O lançamento dos cinco livros programado para 21 de novembro será uma grande comemoração, pelos 50 anos de Patricia e por seus 15 anos de vida literária.
Serviço:
Abertura do Destaque literário de novembro
Data: 9 de novembro (sábado)
Horário: 10h
Apresentação: Elba Lins
Coordenação: Eugênia Menezes e Taciana Valença
Local: Cultura Nordestina
Endereço: Rua Luiz Guimarães, 555, Poço da Panela