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A coragem de ser diferente, por Salete Rêgo Barros

Quinta-feira passada, 8 de março, dia em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, a jornalista Wanessa Campos promove com ampla divulgação na mídia, a vinda de Vera Ferreira, neta do lendário casal Maria Bonita e Lampião, ao Ponto de Cultura Nordestina Letras & Artes, para um encontro, onde o tema “O desafio de ser neta de Maria Bonita” deveria ser debatido.
Quem esperava ouvir uma neta cheia de certezas em defesa de seus avós, deparou-se com uma pesquisadora em busca da verdade dos fatos, situando o Cangaço no contexto social que enxergava a vingança pessoal como alternativa única para suprir a ausência do Estado numa terra sem lei, dominada pelo poderio econômico do coronelismo.
Consciência política era assunto desconhecido dos diversos bandos cangaceiros que se formavam na região, liderados pelos mais destemidos, entre eles, o que teve maior destaque, Virgulino Ferreira da Silva, conhecido por Lampião, estrategista extremamente hábil, inteligente e carismático.
Desmistificar a história do Cangaço a partir de relatos de quem vivenciou o movimento mais de perto, como é o caso de parentes próximos dos integrantes dos grupos, é contribuir para um registro sem acréscimos, cortes ou efeitos especiais surgidos intencionalmente ou naturalmente no imaginário dos que “ouviram dizer” dos que “ouviram dizer” dos que “ouviram dizer”…
Assim como vários homens e mulheres entraram para a história da humanidade por terem tido a coragem de contrariar a ordem estabelecida, Lampião também entrou, para uns como bandido, e para outros como herói.
A história do Nordeste brasileiro é uma história de lutas por direitos iguais, tendo sido o Cangaço um movimento que se destacou, não somente pela postura política de quem não tinha ideais políticos, mas também por ter tido grande repercussão nas artes em geral, o que fomenta uma melhor distribuição de renda para artesãos, cordelistas, escritores, produtores culturais e comerciantes, entre outras categorias, no Brasil e também no exterior, até hoje.
Neste dia, o destaque maior é para a coragem de ser diferente, de todas as mulheres cangaceiras, aqui representadas por Maria Bonita, companheira de Lampião, que enfrentou a rudeza da caatinga e as incertezas do dia-a-dia por amor a seu homem.
Agradecemos à jornalista Wanessa Campos e à palestrante Vera Ferreira, assim como aos patrocinadores do evento – Pernambuco dá Sorte e Abreu e Lima Logística, por terem proporcionado aos presentes um momento tão significativo para a compreensão do Cangaço, movimento que agrega aspectos sociais e culturais de grande relevância para a história do povo brasileiro.

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