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O caminho é a Educação que faz, por Suzana Cavalcanti*

Recife, 28 de março de 2020, dia da Educação

 

Articuladas – Educação, Humanidade e Espiritualidade – como motor da história, é que as experiências educativas da Rede de Associados Letras & Artes, no Poço da Panela, vêm, neste 28 de março, dia da Educação, tornar público o resumo deste projeto/manifesto.

O Projeto é parte de uma parceria entre a Cultura Nordestina e o Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco – UPE, onde, através da disciplina Tópicos Educacionais na Relação Educação e Espiritualidade, sob a orientação do Profº Alexandre Simões, proponho-me a cursar a fim de me preparar para a próxima seleção de mestrado em Educação.

A Cultura Nordestina, por sua vez, tornou-se Ponto de Cultura em abril de 2016 e a Rede de Associados Letras & Artes foi criada em 30 de maio de 2017, porém, as suas atividades vêm sendo desenvolvidas desde julho de 2012.

Para mim, autora do projeto, a concepção de Educação envolve parte das práticas da transformação, e o ideário humano da Educação se contrapõe a uma educação como prática da domesticação.

As fases “freiriana” e “armorial” expressam a multiculturalidade no objetivo empírico dos fazeres socioeducativos que ali acontecem.

Parto da hipótese de que, como nova utopia revolucionária, orienta políticas públicas inspiradoras, e que a arte e a cultura são o motor da história na condição da formação dos jovens e provedores do sistema público de Educação no Estado de Pernambuco.

A problemática que apresento é que o espaço Cultura Nordestina, no atendimento de crianças e jovens, articulando educação não formal, cultura(s) e arte(s), vem contribuindo para a construção de caminhos e possibilidades para a educação formal, influenciando a formação final do individuo que está no sistema público de ensino.

Algumas questões estão subjacentes ao nosso serviço pedagógico:

  1. De que forma o espaço Cultura Nordestina e a LETRART contribuem na construção de identidades?
  2. Que caminhos teórico-metodológicos trilham?

Entre algumas atividades destacam-se:

  1. Abril de Monteiro Lobato;
  2. O Fio da Meada – artes e ofícios;
  3. Culturinha em Folia;
  4. Café Cultura e Afeto;
  5. O Lúdico da Arte.

A relevância deste trabalho:

Seus resultados permitirão reorientar a práxis do conjunto de seus atores em termos de objetivos e finalidades, metas e ações, com vistas a uma prática pedagógica política e ideológica comum; servir de modelo para pensar práticas educativas e culturais na Rede Pública de Ensino Municipal e Estadual.

Educação e Humanidade: a cultura e a arte como condutores da história – As experiências educativas da Rede de Associados Letras & Artes – LETRART:

  • LETRART – administração colegiada
  • Expressão de uma gestão democrática e participativa
  • Projeto político-pedagógico da Rede de Associados Letras & Artes em sua direção social
  • Para obter resultados práticos através de um trabalho colaborativo dos sujeitos ativos no processo: pesquisadores, professores, ate-educadores, artistas, escritores
  • Interferência pedagógica, cultural e educacional na Rede de ensino municipal
  • Desenvolvimento científico da Educação no país

 Objetivo do Projeto:

  • Geral

Estudar os projetos político-pedagógicos, se conservador ou renovador, que estão implícitos no discurso e na práxis dos coordenadores de núcleos da Rede de Associados Letras & Artes – LETRART, tomando como referência a concepção dialética da Educação e sua proposta para a formação e a prática pedagógica dos professores da Rede pública de ensino de Pernambuco.

  • Levantar as direções sociais (ideológicas) dos projetos político-pedagógicos;
  • Compreender as direções sociais (ideológicas) dos projetos político-pedagógicos;
  • Mapear as direções sociais (ideológicas) dos projetos político-pedagógicos;
  • Escrever sobre as conclusões tiradas no processo de pesquisa;
  • Refletir sobre as orientações em voga da Rede de Associados Letras & Artes e sua contribuição para o sistema público de ensino no que tange a formação e a prática pedagógica;
  • Realizar seminários e estudos para exposição dos resultados das pesquisas na Rede de Associados Letras & Artes e nas redes públicas de ensino estadual e municipal.

Fundamentos Teórico-conceituais:

  • Estarão presentes neste trabalho alguns referenciais teóricos e conceituais pelos quais nos subsidiarão autores como Karl Marx, Meszaros, Demerval Saviane e Paulo Freire (1967) e sua pedagogia como prática da liberdade; a identidade cultural na sua relação com a pós-modernidade, à luz do pensamento de Hall (2005), bem como essa identidade pensada como construção individual na sua relação com a diferença (SILVA, 2007), mas, ao mesmo tempo, com a sua relação com a cultura e com a contemporaneidade (KRAMER, 2003).

Teoria e prática:

  • Formal ou informal, a Educação que acontece fora do sistema oficial de ensino é parte de uma formação política. Está subjacente às práticas educativas um ideal de sujeito e de mundo. Como prática de liberdade pressupõe um prévio contexto opressor que, na situação aqui pensada, pode ser entendido como a sociedade e uma aculturação, seja ela midiática, tecnológica ou de valores que alicerçam o indivíduo condicionado a ser um reprodutor de valores e atitudes materializadas nas práticas sociais de comportamento;
  • Uma proposta educativa que liberta, valoriza e respeita a liberdade dos educandos, possibilitando que o indivíduo participe como coprodutor das propostas e atividades a serem desenvolvidas.

Proposta Metodológica da Pesquisa:

  • Tendo como objeto de estudo a identificação do projeto de educação que emerge na identidade cultural, optamos por uma abordagem qualitativa por entender que:

 “A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização das variáveis (DESLANDES, 1994)”.

 A Pesquisa:

  • Trata-se de uma pesquisa de campo na Rede de Associados Letras & Artes, onde o pesquisado participa através da observação dos fatos e coleta de dados diretamente com os sujeitos envolvidos no próprio campo. Esse viés empírico não dispensa o estudo bibliográfico, devido à necessidade de embasamento teórico para o confronto com a análise das informações coletadas no campo e, assim, chegar aos resultados.

 O Instrumento da pesquisa:

  • Os instrumentos utilizados na coleta de dados serão aplicados em diferentes situações quanto às fases da pesquisa. Serão utilizados: observação não participativa, entrevista semiestruturada – a partir das experiências do observado, maior interação com o objeto de estudo, permitindo um enriquecimento na obtenção de dados para a construção do conhecimento sobre a realidade – análise documental e estudo teórico das bases conceituais.

Análise dos dados:

  • Análise de conteúdo dos dados qualitativos, por se caracterizarem pela descrição de um conjunto de passos, de etapas essenciais, segundo os quais a pesquisa pode ser concebida. Sejam estes a caracterização, descrição e interpretação.
  • Seja este projeto a ser apoiado e subscrito pelos humanos do Planeta Terra.

 

ESQUEMA – Fonte: LETRART

Felicidade é o estado natural do ser humano, somente atingido quando a humanidade alcançar um estágio de consciência em que desejos e necessidades estejam em equilíbrio. Para que isso aconteça é necessário que os pilares de sustentação da sociedade – arte, educação e cultura – estejam ao alcance de todos com a participação ativa da família e das instituições.

 

Bibliografia:

CHAUÍ, Marilena. Cidadania Cultural: O direito à cultura. São Paulo, SP. Editora Fundação Perseu Abramo. 2006

CERVO, Amado Luiz e BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica: para uso dos estudantes universitários. São Paulo: Mc Graw-Hill, 1977.

CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa Qualitativa em Ciências Humanas e Sociais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

DESLANDES, Suely Ferreira (org.). Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1967

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido, 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1970

FREIRE, Paulo Ação cultura para liberdade e outros escritos. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1993

GRAMSCI, Antônio. Os Intelectuais e a Organização da Cultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.

GRAMSCI, Antônio. Cartas do Cárcere. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 10. Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

IANNE, Otávio Enigmas da modernidade-mundo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2000

KRAMER, S. Infância, cultura contemporânea e educação contra a barbárie. In: KRAMER, S; BAZILIO, L. C. Infância, educação e direitos humanos. São Paulo: Cortez, 2003.

LIMA, Aldo de. (Org.) [et.al]. O direito à literatura. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2012.

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública: a pedagogia crítica-social dos conteúdos. São Paulo: Edições Loyola, 1986.

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública: a pedagogia crítica-social dos conteúdos. Abud Eduardo Rodrigues de Moraes. Extraído do site http://members.tripod.com/pedagogia/democratizacao.htm

LUCLESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1994.

MENDES, Dumerval Trigueiro (Coord). Filosofia da Educação Brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1994.

Projeto O Fio da Meada, Projeto Café Cultura e Afeto, Projeto I Festival Letras e Artes.

Programa Sócio-Cultural-educativo de Rede de Associados Letras & Artes.

SAVIANE, Demerval. Educação Brasileira: estrutura e sistema. São Paulo: Cortez, 1987.

SAVIANE, Demerval Educação: do senso comum à consciência filosófica. Campinas, SP: Autores Associados, 2009.

SIMÕES, S. P. Significado e possibilidades da análise de conteúdo. Tecnologia educacional. V. 20 (102/103): 54-57, set./dez., 1991.

SOUZA, João Francisco de A educação escolar, nosso fazer maior, des(A)fia nosso saber. Recife: Edições Bagaço, NUPEP/UFPE. 2000

OLABUENAGA, J.I. R.; ISPIZUA, M.A. La descodificacion de la vida cotidiana: metodos de investigacion cualitativa. Bilbao, Universidad de deusto, 1989.

ZANELLI, J. C. (no prelo). Interação humana e gestão: uma compreensão introdutória da construção organizacional. Rio de Janeiro: Editora LAB.

 

Suzana Cavalcanti

*Suzana Lopes Cavalcanti

Jornalista profissional, publicitária e radialista pela UFPE. Licenciada em Redação e Edição, Teoria e Técnica da Comunicação e Comunicação pela UFPE, Especialista Sênior de Educação pela UFPE, Professora Emérita da UPE e Coordenadora do Núcleo de Educação da LETRART/Cultura Nordestina Letras & Artes e Coordenadora do Programa Café Cultura e Afeto da Cultura Nordestina. Coordenadora do Núcleo de Cultura Popular do Portal de Artes.

 

Conheça a história da Cultura Nordestina

Serviço:

QUARENTENA CULTURAL DA CULTURA NORDESTINA

Rua Luiz Guimarães, 555, Poço, Recife

Fone: (81) 30973927

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Uma resposta

  1. Parabéns!!! Excelente projeto em todos os aspectos: Humano, Cultural, de sentimentos, de acolhimentos.
    Trata na verdade de um grande desafio para o resgate do Caminho para a caminhada do homem para sua Humanização.
    Nós que defendemos o processo de aprendizado para construir da sociedade humana, temos diante da realidade um projeto que abre esse caminho.
    Que nessa caminhada o SEMEAR conhecimento produza uma grande colheita
    Abraço fraterno Ivanilde Morais de Gusmão

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