Lançamento: Olhos negros, de Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque

A Comissão Organizadora do Bicentenário da Revolução de 1817 e a Bagaço estão lançando no domingo 12 de março, a partir das 17 horas, no Museu da Cidade do Recife, Forte das Cinco Pontas, mais um romance histórico da lavra de Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque.
Trata-se de um romance primorosamente estruturado onde a narrativa densa — alicerçada em dados históricos seguros e pesquisados com cuidado e afinco — leva o leitor ao tempo do Pernambuco das Revoluções libertárias.
A narrativa foi entregue pela autora à sensibilidade de “Maricotinha” testemunha ocular dos acontecimentos. Os personagens históricos ganham vida: Padre João Ribeiro, General Abreu e Lima, Monsenhor Muniz Tavares, Gervásio Pires, Natividade Saldanha, Frei Caneca, Cipriano Barata, Hipólito José da Costa, Manoel Arruda da Câmara, entre outros.
Finda a missa maçônica rezada em Memória do General recentemente falecido, Maricotinha, sua companheira de toda a vida, é mandada de volta ao “Lugar da Maricota”, pouso de tropeiros de sua família situado em Maranguape, Paulista. O Pouso da Maricota era a última parada dos tangerinos que transportava o algodão (em lombo de burro do sertão paraibano para o porto do Recife) por tropas de tangerinos. Lá vivera sua infância em contato com o jovem Abreu e Lima, filho do padre Roma, tropeiros e frades carmelitas em busca do Convento de Goiana. A história da narradora é suficientemente atraente para constituir, em si mesma, o tema de outro romance. Vejamos.
Em 1948, o então deputado Torres Galvão teve seu Projeto de Lei aprovado pela Assembleia Legislativa a despeito de parecer contrário do Instituto Arqueológico. Propunha mudar o nome de “Vila da Maricota” para o do General Abreu e Lima: seu nome atual. “Pois ninguém poderá proclamar que um indivíduo de nome Maricota seja exemplo que valha como padrão ético para os pósteros.” Não se sabe se os deputados pernambucanos sabiam que trocavam o nome da senhora cuja reputação questionavam pelo nome do general que teria sido seu amante.
O padre Lino do Monte Carmelo Luna, que ilustra a capa do livro, acompanha a narradora em viagem de coche entre a Madre Deus e a Maricota. Transforma-se no ouvinte atento da fantástica história que lhe é contada por Maricotinha. Tema do romance. O romance de 1817.

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