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Flora transcendental e Poesia no útero, por Conceição Patrício

FLORA TRANSCENDENTAL


Surjo pela manhã, encontro o sol.
Sou ornamento, também alimento.
Minha beleza cromática,
Simbolicamente colorida,
Caminha entre o branco,
Róseo, azul e violáceo.
Só à noite, me abraço e submerjo.
Eu, o lírio das águas
Em lagos e lagoas, surjo da raiz,
Mesmo presa ao lodo.
Sou guerreira, luto na lama.
Me vejo emergir, pura, graciosa.
Vencendo, surjo no meu bioma...
Resplandecente, transcendental,
Sou a flor-de-lótus...
Acalmo as emoções
Com beleza e força infinda,
A lama não mais me afunda
Flutuo e lindamente
Contemplo e sou contemplada.
Namastê.



POESIA NO ÚTERO


Gestada, vivente,
Num universo aquoso,
Infinito oceano,
Reviravoltas dou,
E por um fio condutor
Onde me sacio, me nutro.
A cada vibração
Seja de uma voz,
Seja de uma música,
Batucada ou erudita,
Reajo, já sou um corpo,
Terei grandes pernas e braços,
Com eles posso circular...
Abraçar o Mundo.
Caminhando em terra firme
Imagino estar em todos os lugares.
Continuo a esperar, para...
Estrear, emergir, sair,
Desse aconchego amniótico
Onde não me sinto só.
A cada batida
Do coração que escuto,
Unido ao que me cerca,
Sei que ainda vivo.



Conceição Patrício

Poeta, Artista Plástica e Arte Educadora de Recife-PE, Nordeste do Brasil. Contempla a arte com a poesia, a pedagogia e as artes plásticas, retratando o cotidiano com poesia e cor, letras e emoções. Na cultura artística pernambucana, atua desde adolescente, conhecida como A Pintora dos Cajus. “Me integro à escrita, me faço terra, água, fogo e ar, na literatura respiro, expiro e me inspiro louvando poeticamente a criação.”

 

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