O artesanato foi inicialmente utilizado com finalidades básicas de sobrevivência – confecção de ferramentas (facões, enxadas), armazenamento de alimentos (vasos cerâmicos), e para retratar hábitos e costumes (esculturas e inscrições rupestres). No Brasil, durante o período colonial e nos primeiros anos de República, o produto artesanal sofreu uma prática de abandono e desestímulo, em grande parte devido às trocas culturais entre indígenas, africanos, imigrantes europeus e asiáticos, que não eram bem vistas pelas elites.
Com o aquecimento da economia do país, a mudança de hábitos da população, e o retorno das leis de incentivos fiscais para pequenos produtores, o artesanato tem se tornado uma alternativa importante para quem produz fazendo aquilo que gosta, e para quem compreende a urgência de conter o consumo de produtos industrializados.
Segundo dados do IBGE (2017), 10 milhões de pessoas vivem do artesanato, no Brasil, injetando 50 milhões por ano na economia; 80% dos municípios têm o artesanato como atividade comercial, e 55% dos consumidores dão preferência a marcas que cuidam do meio-ambiente com aproveitamento de produtos naturais, reciclados e sustentáveis.
A decoração de interiores tem valorizado cada vez mais as peças produzidas artesanalmente, especialmente a decoração infantil, que envolve a fofura e a delicadeza em suas infinitas possibilidades. Observa-se a preferência do público por peças únicas e valiosas, que utilizam técnicas milenares como o macramé, o crochê e o tricô, presentes tanto na decoração quanto no vestuário e nos acessórios que fazem da moda autoral uma alternativa de vanguarda.
O artesanato imprime ao produto a qualidade única que se traduz em identidade e personalidade, atributo não encontrado nos produtos feitos em escala industrial. O êxito nas vendas, obtido em feiras de artesanato espalhadas por todos os cantos do Brasil, demonstram o quanto a qualidade dos produtos e a criatividade seduzem o público que valoriza a economia criativa.