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Uma visão geopolítica da fome

 

Fome, alimento material e imaterial. Partindo desse pressuposto, é preciso delimitar nosso campo de interesse e qualificar nossa abordagem: De que fome estamos falando e personas nela envolvidas (visão geopolítica).

Em nosso país, temos fome de democracia, ou do seu fortalecimento, para que tenhamos governos, que realmente implantem políticas públicas que minimizem as desigualdades regionais, inibindo a fome existente nas áreas da educação e saúde. No Nordeste brasileiro, estas desigualdades estão presentes nos campos e nas cidades, onde a questão habitacional é gritante nos morros, favelas e mangues, em contraste com os arranha-céus e mansões habitados pelos “pobres ricos”, famintos, muitas vezes de humanidades, com famílias desestruturadas, desiludidos pelo fato do excesso de poder e dinheiro não comprarem a felicidade desejada!!

Fome de Deus é outro dado a ser considerado, pois a sua busca é o que nos humaniza, fazendo a integração entre o Criador e a Criatura. Desta cumplicidade, surge o SER razão e o SER sentimento/intuição, famintos dessa busca do ser finito que somos, em busca do infinito, da plenitude no Deus do AMOR, fundamento da fraternidade entre os homens, da crença de que somos irmãos, herdeiros das riquezas da mãe terra (natureza) e dos Céus (morada eterna). Somos também guardiões desse legado divino, e o nosso grito torna-se imprescindível diante de tudo que contraria essa herança que deve estar ao alcance de todos homens gritar pelos sem vez e voz, pela fraternidade, pela Fome de Justiça e Paz!

E concluo com trechos da música de autoria do Arnaldo Antunes, que ouvi cantada pelos Titãs e por Elza Soares:

Bebida é água
Comida é pasto
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comida
A gente quer dinheiro e felicidade
A gente quer comida, diversão e arte!


Mirian Beltrão

Natural de Areias/PB, reside em Recife/PE. Geógrafa, pintora e escultora, tendo participado de várias exposições coletivas como Artista plástica. Escreveu sua biografia intitulada: Pintando a Vida em 2018, escreve seu segundo livro: A vida começa aos 80 anos.
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Respostas de 4

  1. ¨Fome, alimento material e imaterial¨.
    Ela/elas são tantas, que na condição de ¨guardiãs do legado divino¨, nosso grito é essencial, justo e sempre pertinente.
    Obrigada pela reflexão.

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